As glândulas salivares são divididas em dois grupos: Glândulas Salivares Maiores, e Glândulas Salivares Menores.
As Glândulas Maiores compreendem três pares: as Parótidas, as Submandibulares, e as Sublinguais. As Glândulas menores são pequenas estruturas microscópicas, em número de 400 a 600, que se espalham por toda a cavidade oral, orofaringe e até na laringe.
Qualquer uma delas pode ser sede de doenças inflamatórias ou tumorais.
As sialoadenites em geral afetam as glândulas maiores, e podem ter causa infecciosa (em geral, viral), obstrutiva (por cálculos) ou idiopática. Em geral, as parotidites são de causa viral, como a caxumba, mas podem ser de causa desconhecida e serem repetitivas. Já as glândulas submandibulares podem, com maior frequência, ter uma causa obstrutiva para se inflamarem. Isso ocorre devido ao fato de que sua saliva é naturalmente mais espessa, e apresenta drenagem antigravitacional, o que favorece a formação de cálculos.
Qualquer uma das glândulas pode vir a ser sede de um tumor, benigno ou maligno. No caso das parótidas, em geral os tumores são benignos, e o mais comum é o Adenoma Pleomórfico. Mesmo quando os tumores são malignos, em geral são de baixa agressividade. Já nas submandibulares, ocorre um equilíbrio entre a incidência de tumores benignos e malignos, enquanto que nas suiblinguais, bem como nas glândulas menores, a maioria dos tumores é maligna.
No caso das doenças inflamatórias, a clínica costuma ser de dor local e inchaço, de modo agudo. Nos casos de neoplasias, em geral o paciente nota uma massa assintomática na topografia do órgão acometido, de crescimento lento.
A investigação inicial é feita através do exame físico, onde a localização e características palpatórias, como consistência e sinais flogísticos, são fundamentais. A complementação se faz através de exame ultrassonográfico, que avalia, no caso das doenças inflamatórias, a extensão do acometimento, bem como a presença, ou não, de cálculos; e no caso das doenças tumorais, suas características e extensão. Se forem necessárias maiores informações, como a presença de complicações locais (como formação de abscessos) ou, nos casos de tumores, um estadiamento mais completo, pode-se abrir mão do exame de tomografia computadorizada.
Nos casos dos nódulos, em geral indica-se a biopsia, realizada por punção aspirativa por agulha fina, guiada por ultrassom que, se não nos fornece o diagnóstico, pelo menos pode direcionar a hipótese diagnóstica, uma vez que, nos casos de neoplasias, muitas vezes o diagnóstico definitivo é feito através da remoção cirúrgica da glândula acometida.
As parotidites inflamatórias são de tratamento eminentemente clínico, com uso de anti-inflamatorios e analgésicos, ou antibióticos em casos onde uma infecção bacteriana se tornou evidente. No caso das submandibulares, precisamos fazer a distinção entre os processos de causa obstrutiva ou não. Nos casos de obstrução por cálculos, em geral está indicado o tratamento cirúrgico, mas nos casos inflamatórios, em geral o tratamento é clínico, a menos que os episódios tornem-se muito repetitivos, onde deve-se considerar a remoção da glândula.
Nos casos de tumores salivares, o tratamento será sempre a remoção cirúrgica do tumor, algumas vezes associado a uma ressecção dos linfonodos regionais (esvaziamento cervical). Nos casos de tumores da parótida, muita atenção deve ser dada ao fato de que o nervo facial passa no interior da glândula, e deve ser identificado e preservado, a fim de que se evite uma alteração da sua função, o que causaria uma paralisia, ou paresia, facial. A cirurgia deverá ser sempre realizada por um especialista, embora algum grau de acometimento neural temporario poderá estar presente, mesmo nas dissecções mais cuidadosas.
Na maioria dos casos, não há necessidade de tratamento complementar com quimioterapia ou radioterapia, que devem ser reservadas aos casos mais complexos e avançados.
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